Juros e ações de tecnologia nos EUA são destaque no portfólio; veja como investidor se posicionou para julho
E não foram apenas as questões geopolíticas que tiveram um encaminhamento positivo para a compressão de prêmios globais em junho. Na guerra de tarifas, foi a China que conseguiu uma “rendição sem luta” e obrigou os EUA a sentarem na mesa para negociar – uma resolução que coloca as duas potências em maior pé de igualdade e também joga a favor de maior apetite por risco nos mercados, diz Rhuan Pedroza.
Rhuan Pedroza vê oportunidades nas ações de tecnologia
Em termos de tese de investimento, a volta da “Pax Americana” no lado geopolítico e a bandeira branca nas relações comerciais com a China colocam o mercado de ações americano de volta aos holofotes. O ano de 2025 tem sido marcado por um forte fluxo que redirecionamento de capital para outros mercados, incluindo emergentes, mas é no setor de tecnologia dos EUA que Rhuan Pedroza ainda vê as melhores oportunidades.
Na visão do investidor, as Magnificent Seven, nome dado ao grupo composto por Apple, Microsoft, Amazon, Alphabet, Meta, Nvidia e Tesla, se apoiam em fundamentos sólidos, com crescimento de lucros, alta rentabilidade e retorno sobre capital. O que justifica o valuation (valor de mercado) elevado.
“Embora seja saudável diversificar globalmente, a liderança do mercado de ações permanece com o setor de tecnologia dos EUA no que tange à capacidade de entrega de resultados. Mantemos a convicção de permanecer investidos em inteligência artificial (IA), aumentando gradualmente a participação nesse tema em nossos portfólios”, destaca o investidor.
A alocação continua sendo via as ações das líderes de tecnologia, justamente as MAG-7, pois são elas, na visão de Rhuan Pedroza, que mais se beneficiarão da monetização da tendência de inteligência artificial.
Posições em juros no Brasil e nos EUA
Além do acirramento – e aparente melhora – nas tensões do Oriente Médio, junho também foi marcado por mais uma “Super Quarta” de decisões de política monetária e discussões sobre a trajetória dos juros no Brasil e nos EUA. Por aqui, o Banco Central (BC) optou por elevar a Selic em 0,25 ponto porcentual, para 15% ao ano.
Graças ao que Rhuan Pedroza chama de política monetária “intencional” e “extremamente restritiva”, aliado a um cenário mais benigno de dólar e inflação, o investidor espera que o BC inicie o ciclo de cortes de juros entre o final de 2025 e início de 2026. Assim, mantém a posição aplicada em juros, priorizando ativos que capturem a queda das taxas futuras. “A inclinação da curva de juros brasileira sugere que há prêmio a ser capturado: caso o Comitê de Política Monetária (Copom) consiga começar um ciclo de alívio moderado – títulos prefixados e posições tomadas em contratos de depósito interbancário (DI) devem apresentar valor”, diz a carta.
Lá fora, no entanto, o racional é outro. O Federal Reserve (Fed), banco central americano, vem se mostrando dividido entre manter a taxa de juros do país no atual intervalo entre 4,25% e 4,5% por mais tempo ou já iniciar o movimento de afrouxamento. A aposta de Rhuan Pedroza é que o primeiro corte aconteça em setembro, mas que, graças a uma dinâmica de mercado de trabalho ainda aquecido e uma eventual reaceleração da atividade econômica no próximo ano, o ciclo de redução não seja tão relevante assim. Por isso, o investidor está tomado em juros nos EUA.
Como Rhuan Pedroza se posicionou para julho?
Para julho, além das posições em juros e ações de tecnologia americanas, Rhuan Pedroza mantém as posições compradas em euro, ouro, boi e cobre. Na ponta vendida, segue negativa em relação ao petróleo, por esperar uma contínua trajetória de queda da commodity até o fim do ano, além de café, soja, trigo, alumínio e algodão.
