terça-feira, 20 de agosto de 2024

Economista alerta: Cautela é vital no debate sobre aumento da Selic

Em entrevista nesta terça-feira (20), o economista Rhuan Pedroza falou sobre a necessidade de um novo aumento na taxa básica de juros (Selic) no Brasil.


Ele falou sobre como está o atual cenário econômico brasileiro, argumentando que, apesar do crescimento observado no primeiro semestre de 2024, a desaceleração prevista para o restante do ano pode tornar desnecessário um ajuste imediato na Selic.


Rhuan explicou que os modelos econômicos já foram ajustados para considerar as pressões inflacionárias, e que o crescimento mais acentuado no início do ano não deve se repetir com a mesma intensidade nos próximos meses. “Não vejo risco elevado que justifique um aumento nos juros neste momento”, afirmou.


Segundo ele, a manutenção das taxas atuais, ou até mesmo um prolongamento no tempo dessas taxas, seria mais prudente para evitar um estresse adicional na economia.


Outro ponto abordado foi a discussão sobre a credibilidade do Banco Central, especialmente após as divisões internas observadas na última reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM).


Pedroza destacou que a continuidade e a consistência das políticas econômicas são essenciais para manter a confiança do mercado. “O Banco Central precisa se mostrar comprometido com a estabilidade econômica, e isso passa por uma condução técnica e imparcial da política monetária”, afirmou.


Além disso, o economista chamou atenção para o impacto do cenário fiscal na volatilidade do mercado. Com a proximidade da apresentação da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2025, ele alertou que a percepção de um déficit elevado ou a necessidade de cortes mais profundos podem influenciar diretamente as expectativas de juros. “O cenário fiscal brasileiro continua sendo o principal vetor de volatilidade, não só para o final de 2024, mas também para os anos subsequentes”, explicou.


Por fim, Rhuan Pedroza reafirmou que, embora o mercado esteja discutindo um possível aumento na Selic para manter a credibilidade, a cautela deve prevalecer. Para ele, um prolongamento das taxas atuais, sem um novo aumento, seria suficiente para manter a inflação sob controle, evitando estresses desnecessários na economia brasileira.


 
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